O senador Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado, usou a tribuna da Casa na manhã desta sexta-feira, 25, para elogiar as medidas adotadas pela equipe econômica do governo federal visando estimular o aumento nas vendas do mercado interno. Renan destacou a redução nos juros, as novas regras para correção da poupança e a desoneração tributária para o setor automotivo, visando alavancar as vendas.
“Em cenário de adversidades na economia mundial, notadamente na zona do Euro, o Brasil, com responsabilidade e transparência, está fazendo seu dever de casa a fim de manter o nível da atividade econômica. Assim, como as autoridades econômicas não tenho dúvidas de que estamos em um caminho seguro ao estimular o mercado interno, como foi feito na crise no biênio de 2008 e 2009”, disse Renan.
O senador ressaltou ainda a queda na taxa de desemprego no País registrada no mês de abril em relação ao mês de março. “Um sinal eloquente de que a economia brasileira está conseguindo manter sua vitalidade e este é o sinal mais confortável e o que mais interessa aos brasileiros está na taxa de desemprego no Brasil que de acordo com o IBGE teve uma redução para 6% no mês passado”, completou.
“É bom frisar que as taxas internacionais, principalmente em alguns países da Europa, beiram os 20%”, afirmou Renan.
Expansão salarial
Renan ressaltou ainda a expansão dos salários no Brasil. Muito embora tenha havido uma redução de 1,2%, tomando como base os meses de abril e março deste ano, a renda, numa análise de longo prazo, apresentou uma expansão de 6,2% sobre abril de 2011, atingindo R$ 1.719. Ou seja, em plena crise os empregos estão garantidos e os salários estão em expansão.
“O fortalecimento da renda e do emprego tem sido uma das principais ferramentas do governo para evitar uma desaceleração da economia brasileira. Avalio que estes instrumentos, que se revelaram eficazes na última crise mundial, serão novamente úteis. Especialmente no momento em que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central – espécie de parâmetro do PIB – registrou no primeiro trimestre deste ano uma pequena desaceleração”, acrescentou. Ao concluir seu discurso, Renan reiterou que assim como na crise de 2008/2009, o crescimento do mercado interno salvou o Brasil e é o caminho mais seguro para que sejam evitados sobressaltos maiores na atual crise mundial.
“As medidas recentes são importantes, mas pontuais. Elas, entretanto, por serem conjunturais, não substituem as grandes reformas estruturais que o Brasil precisa empreender, principalmente, a reforma tributária, implicando em redução de custos e produtividade mais eficiente. Estes são os sinais que cessariam a hesitação do mercado mundial quanto às potencialidades do Brasil”, concluiu Renan.
Dívidas dos agricultores
Ainda em seu pronunciamento, Renan voltou a pedir a renegociação das dívidas dos pequenos agricultores do Nordeste, seja qual for a fonte de empréstimo utilizada. O senador informou que são 640 mil contratos em cobrança apenas no Banco do Nordeste, 140 mil dos quais em cobrança judicial.
Os líderes nordestinos, segundo Renan Calheiros, conseguiram ampliar em um ano o prazo para que os agricultores renegociem suas dívidas. Porém, com a seca e o alto nível de inadimplência, destacou, faz-se necessária a renegociação de todas as dívidas.