RECONHECIMENTO INTERNACIONAL DE JOSÉ SARNEY NA HISTÓRIA DO BRASIL

É com muita satisfação que peço a transcrição nos anais do Senado Federal do artigo do colunista do jornal espanhol, “El País”,  Juan Arias, do último dia 14 de dezembro, quando nosso Presidente José Sarney ocupou novamente a Presidência da República. O artigo do jornalista destaca que o senador Sarney, com mais de 50 anos de vida pública voltou, aos 82 anos de idade, a ocupar a presidência da república com as viagens da Presidente Dilma,  do vice- presidente Michel Temer e do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia.

Segundo o articulista, esta interinidade seria para cumprir uma antiga profecia, segundo a qual, José Sarney seria presidente do Brasil em duas oportunidades. Além de descrever a ligação da Presidente Dilma desde Moscou, felicitando-o pelo cargo, o artigo faz referências ainda aos recentes elogios do ex-presidente Lula que ressaltou que José Sarney “não era uma  pessoa comum” que,  por este fato, merecia o respeito e a admiração de todo o país. Referência que eu assino embaixo.

O colunista ainda faz um resgate histórico das trágicas circunstâncias que levaram Sarney à Presidência da República e relata ainda a emoção de Sarney no regresso à cadeira presidencial 22 anos depois e, não por outro motivo, nosso Presidente celebrou com a família  mais este momento histórico.

 

O artigo destaca ainda que nosso eterno Presidente contribuiu decisivamente para a “consolidação da democracia em um país que foi duramente castigado por mais de 20 anos pela ditadura militar”.

Este trecho do artigo dá a exata dimensão da importância e respeito adquiridos pelo nosso  presidente e de seu papel fundamental para chegarmos onde chegamos.

Faço um breve parêntese em relação ao artigo para frisar que o Brasil tem uma dívida histórica, que devemos uma reverência a este homem público que, com mãos firmes, nos conduziu da escuridão da ditadura para a luminosidade democrática.

Ao convocar uma Assembleia Nacional Constituinte Sarney também deu mostras de desprendimento e evidenciou que não tem apego ao poder. Muitas vezes incompreendido, até vítima de alguma intolerância, Sarney é um homem conectado com seu tempo e com a modernidade. Poucos observam seu caráter inovador. Além de convocar uma Constituinte, vem fazendo mudanças profundas na administração do Senado, desde que presidiu a casa pela primeira vez. Eu mesmo tive a honra de ser escolhido para coordenar o primeiro trabalho de modernização do Senado com o grupo que implementou uma reengenharia do legislativo, onde muitas mudanças no rumo da austeridade e transparência evoluíram.

 

Outra virtude frisada pelo articulista  do jornal El Pais é o talento literário inegável do Presidente Sarney, cuja obra é reconhecida internacionalmente. Eu, pessoalmente, gosto muito da obra “Saraminda”, onde o talento e a inventividade do nosso Presidente ficaram registrados.

Para encerrar gostaria de dizer que me associo, sinceramente, a tantas homenagens que são feitas ao nosso Presidente.  Só tenho que agradecer a esta convivência diária com um homem público desta estatura, tanto no partido quanto no Senado Federal.

Muito obrigado!

 

“Rodeado a veces de críticas por parte de sus adversarios políticos, lo que nadie le niega a Sarney, que está ultimando sus memorias de casi 60 años de vida política, es el haber contribuido a la consolidación de la democracia en este país que había sido duramente vulnerada por una dictadura militar de más de 20 años.

Y una faceta a veces desconocida para el gran público del famoso político es la literaria. Sus novelas y libros de poesía fueron elogiados por dos de los mayores escritores de este país: el novelista Jorge Amado y el mayor poeta vivo, Ferreira Gullar

Autor de obras como El norte de las aguas; Dueño del mar y Saraminda, fue fundador de la revista Ilha, propulsora del modernismo. Hoy es miembro de la Academia de las Letras de Brasil y ya está preconizado como el próximo presidente de la prestigiosa institución, cuando próximamente dejará la presidencia del Senado y con ella su vida política oficial.

Suele decirse que la política es el arte del compromiso, del diálogo y de las negociaciones. En todo ello, Sarney ha sido en este medio siglo maestro incomparable ya que ha sabido navegar en todas las aguas.

Se dice también que en la política o te corrompes o te corrompen. Y una vez el escritor peruano Vargas Llosa me dijo que lo único que podía redimir a un político de los inevitables pecados y flaquezas del cargo era la pasión por la literatura.

Si eso es verdad, ha sido ese amor por la literatura que sin duda se revelará ahora en sus tan esperadas memorias, lo que le ha permitido a Sarney salir a flote incólume de tantas tormentas en tierra y mar, como las que él describe magistralmente en sus obras”.

Juan Arias, “El País” – Espanha