Era precisamente 20 horas do dia 27 de setembro de 1953, quando a TV Record deu por iniciada as suas atividades ao som da Orquestra Enrico Simonetti, especialmente contratada para ocasião.
Os acordes musicais deram o tom da emissora que ao longo das décadas que se seguiram foi essencial para a vida artística do país, transmitindo entretenimento, solidificando cultura e revelando grandes talentos.
Quase todos os astros da música, do humor e da dramaturgia do país se tornaram conhecidos na tela da Record. A emissora, desde o seu início, fez escola formando grandes profissionais, muitos deles ainda na ativa, contribuindo com a excelência que hoje é a televisão brasileira e ensinando às novas gerações toda a complexidade que se constitui hoje a comunicação televisiva. Basta dizer que se fazia sucesso estava na Record, afirmação essa que continuou sendo válida ao longo desses 60 anos.
Na primeira década, a TV Record, sob a presidência de Paulo Machado de Carvalho, investiu, além do entretenimento, nas transmissões esportivas, que se tornaram seu grande trunfo. Aliás, Paulo Machado de Carvalho é daqueles visionários a quem devemos reverenciar sempre pela coragem, pioneirismo e pela grande contribuição que deu a nossa cultura.
Foi a primeira emissora a transmitir ao vivo uma partida de futebol.
É lamentável que os incêndios nos estúdios e arquivos da emissora que se sucederam na década de 60 transformaram em cinza as grandes jogadas e gols do maior ídolo do futebol mundial. Não fosse isso, talvez hoje não houvesse ninguém a se atrever dizer que o Pelé foi e continuará sendo por muito tempo o maior jogador de futebol de todos os tempos.
Mas não foi somente o futebol que se popularizou com a ajuda das transmissões da emissora, mas a própria música brasileira por meio dos grandes festivais. Inesquecíveis na nossa memória, as melodias “Banda” de Chico Buarque, cantada por Nara Leão, e “Disparada”, de Geraldo Vandré vieram a luz na primeira edição do Festival da Música Brasileira.
A iniciativa da Record de promover festivais mudou o cenário musical brasileiro.
Mas não é somente de seus primeiros anos que podemos falar hoje nessa sessão comemorativa dos 60 anos da TV Record. Nos anos noventa, a mudança do controle acionário da emissora alavancou a programação da emissora, elegendo o jornalismo como carro-chefe. O resultado da nova administração sob a responsabilidade de Edir Macedo foi que a Record iniciou a formação de uma rede nacional de emissoras, dinamizando sua abrangência nacional consubstanciada com mais informações, mais entretenimento e mais modalidades esportivas.
Além da importância que sempre foi e continua sendo para a cultura brasileira a programação da Record, outro mérito inquestionável da emissora, diz respeito ao mercado de trabalho para a classe artística.
Atualmente, a rede conta com 107 emissoras que cobrem 96% do território nacional e levam entretenimento, cultura e informação para milhões de telespectadores.
O seu núcleo de teledramaturgia, sediado no bairro de Vargem Grande, na Zona Oeste no Rio de Janeiro, conhecido como RecNov, é o segundo maior núcleo televisivo da América Latina.
A necessidade de representar a realidade sob forma de imagens acompanha o homem desde a pré-história. É por meio da representação que formamos a nossa identidade.
Assim o que chega aos nossos lares nas telas da TV nos ajuda a nos compreender como indivíduos, como povo e como país. É principalmente por imagens da TV que tomamos consciência do mundo que nos cerca. O hábito de ver televisão faz parte da cultura e nos faculta novos olhares sobre o nosso cotidiano, contribuindo com o modo de pensar, agir e se relacionar com outro. Dessa forma, parabenizo a todos que contribuem para fazer da TV Record uma das principais emissoras do país.
Sem citar nomes sob o risco de cometer alguma omissão, e mesmo por que a lista seria infindável, podemos dizer que a emissora foi imprescindível, e continua sendo, para a riqueza da nossa diversidade cultural.
Muito Obrigado.
