O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco/PMDB – AL. Como Líder. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Senador Mozarildo Cavalcanti, Srªs Senadoras, Srs. Senadores. Na semana passada, em Maceió – infelizmente, não tive como comparecer –, foi lançado o documentário “Sandoval Cajú, além do conversador”, dirigido pelo cineasta Pedro da Rocha e que reuniu uma equipe técnica competente conhecida no meu Estado. Com depoimentos históricos de grandes personagens da vida alagoana, como José Wanderley Neto, Douglas Apratto, Mendes de Barros, Sérgio Moreira e muitos outros é recontada uma parte de um dos momentos políticos mais efervescentes do nosso Estado.
A história narrada no documentário mostra a ascensão de um paraibano, locutor de programas de auditório da Rádio Difusora de Alagoas até chegar à prefeitura de Maceió. Em 55 minutos é contada a trajetória de um dos mais singulares personagens da história do rádio e da política de Alagoas.
Na tela, os depoimentos discorrem sobre a ascensão do radialista paraibano, que foi eleito prefeito de Maceió, disputando contra nomes poderosos da política de Alagoas de então.
O filme foi montado através do testemunho de companheiros de campanha, amigos, colaboradores, historiadores e registros publicados na imprensa na década de 1960.
Ele, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, reconstroi a trajetória de Sandoval Cajú, sua campanha durante o processo eleitoral, sua administração e cassação após o golpe militar de 1964.
Além das características do personagem, muitas relatadas em livros, o documentário também resgata outros aspectos referentes à sua cassação, sua relação com a poesia e a literatura e sua administração, que revolucionou urbanisticamente a cidade de Maceió.
O filme é, antes de tudo, um documento histórico equilibrado, que não resvala, em momento nenhum, para o saudosismo.
Sandoval Cajú é muito mencionado pelo talento como comunicador e como humorista também. Mas seu maior mérito foi, sem dúvida, como administrador e responsável por uma das maiores intervenções modernistas da nossa capital.
Chegando em Maceió, onde viveu por 47 anos, Sandoval Cajú não demorou a conquistar a simpatia do povo alagoano com seu estilo irreverente. Na Rádio Difusora de Maceió, em seu primeiro programa de auditório, criou o humorístico programa “Palito de Fósforo: o programa incendiário dos auditórios”.
Em seguida, fez outro programa de grande aceitação popular, que foi a “Tribuna do povo”.
O prestígio do rádio acabou impulsionando Sandoval Cajú para a vida pública, Sr. Presidente. Depois de comícios movimentados, que entraram para a história política brasileira, Sandoval Cajú foi consagrado nas urnas e venceu seus três opositores em todas as 222 urnas da capital alagoana. Na mesma eleição, em 1960, o Major Luiz Cavalcante, adversário de Sandoval Cajú, conquistou o Governo de Alagoas e Jânio Quadros, a Presidência da República.
Já em seu discurso de posse, Sandoval Cajú anunciou as obras urbanísticas de Maceió, prometendo, nas palavras dele, “tirar Maceió da lama em que se afogava nos invernos”.
Ele próprio, de mangas arregaçadas, comandava pessoalmente os trabalhadores na obras…
(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco/PMDB – AL) – Já encerro, Sr. Presidente. E chegava de surpresa nos lugares. Desta forma, num regime de mutirão, ergueu escolas, postos médicos, pavimentou ruas e instalou postes de iluminação.
Em três anos de mandato, foram construídas 36 praças e reformadas tantas outras.
Eu queria, Sr. Presidente, nesta rápida intervenção, prestar homenagem a Sandoval Caju, pelo que ele representou para os alagoanos, para os maceoenses, pelo que ele representou, sobretudo, para a política do nosso Estado.
Muito obrigado a V. Exª.
