Homenagem a Ulysses Guimarães

É com grande satisfação que compareço a mais este grande evento para celebrar um dos maiores líderes do do PMDB de todos os tempos, o nosso querido Ulysses Guimarães, o Doutor Ulysses como a reverência e estima recomendam. A importância de Ulysses para o Brasil é tanta que, em determinado momento, como bem assinalou o escritor Antônio Cândido,   ele resumia toda a consciência nacional como se ele fosse a própria voz da Nação. Este ano o PMDB completou quarenta e seis anos de lutas e conquistas. Bandeiras políticas, institucionais, econômicas e sociais, todas originadas no MDB que foi rebatizado de PMDB pela força da tentativa de golpe eleitoral de 1980. A grande maioria destas bandeiras foram concebidas e conduzidas pelas mãos serenas, porém firmes, deste idealista, este perseguidor de sonhos, nosso Doutor Ulysses, que inventou uma forma única de enfrentamento contra o regime totalitário.
A vida do Doutor Ulysses e trajetória PMDB se misturam com a história e com o futuro do Brasil.  

Tanto ele, com sua vocação política, quanto a legenda, pertencem ao dia a dia da sociedade brasileira, às suas instituições e à cultura política brasileira. Afinal, todo mundo que transita pela vida pública tem, em seu DNA, um pouco de PMDB.
Lá atrás nos tempos mais sombrios da ditadura militar, foi o MDB do incansável Doutor Ulysses, que comandou nas ruas o processo de redemocratização e conquistou a volta da liberdades e dos direitos individuais e coletivos. 
Quem há de esquecer as cenas históricas do Doutor Ulysses em 1978 ao desembarcar na Bahia nos anos mais duros da tirania? 
Aquela frágil figura enfrentando as baionetas da tropa de choque da polícia e seus cães raivosos. Bradava ele solitário, no meio das ruas, fazendo a polícia recuar e empurrando o cano de um fuzil apontado contra si: 
“Respeitem o líder da oposição”. 
Exatamente por isso, pelo destemor e ousadia, ele foi e sempre será respeitado. Afinal, em seu “Decálogo de Estadista”, o próprio Ulysses resumiu: “o medo tem cheiro. Os cavalos e cachorres sentem-no, por isso derrubam o mordem os medrosos”.   
Foi o PMDB, sempre capitaneado pela lucidez e coragem de Ulysses que lançou um anti-candidato à Presidência, figura simbólica e fundamental para o Brasil; foi o PMDB de Ulysses que costurou a distenção, a anistia, acabou com o bi-partidarismo, com o processo espúrio do colégio eleitoral e puxou o coro vitorioso das diretas-já. Foi o PMDB que comandou as últimas revoluções do país, muito embora tenham sido revoluções silenciosas. A maior delas, inequivocamente, foi Assembléia Nacional Constiuinte, conquistada junto com a sociedade pelo PMDB e convocada pelo nosso presidente José Sarney e presidida magistralmente por Ulysses. 
“Não é a Constituição perfeita, mas será útil, pioneira, desbravadora. Será luz, ainda que de lamparina, na noite dos desgraçados”. 
Esta frase do Doutor Ulysses, sem dúvida, mais do que uma promessa, foi uma esperança que acabou se transformando em profecia. 
A Constituição Cidadã, assim batizada pelo Doutor Ulysses, com quem tive a honra de conviver e aprender, transformou o Brasil. 
Ela devolveu as prerrogativas e poderes de um Congresso garroteado pela ditadura, deu autonomia ao Judiciário ao Ministério Público até então decorativo. Restabelecemos as eleições livres e diretas e os direitos sociais e coletivos foram resgatados. A constituição de 88, mesmo com suas imperfeições compreensíveis, enterrou a ditadura, sepultou o atraso e devolveu o Brasil para sua vocação de futuro, caminho que trilhamos neste momento. De lá para cá, o PMDB vem conquistando a confiança dos eleitores e, entre as grandes legendas, é um dos poucos que cresce a cada pleito. 
Tradução numérica de que a direção do partido, representada pelos presidentes Michel Temer e agora pelo nosso Senador Valdir Raupp, está sintonizada com a sociedade. A última eleição presidencial foi histórica para o Brasil e, particularmente,  para o PMDB. Depois de anos de divisões internas, o apoio firme, desassombrado a continuidade de um programa de governo que está dando certo apagou as ambigüidades do passado. A formalização da aliança com a Presidente Dilma Roussef, com a indicação do vice-presidente Michel Temer, foi um gesto de coerência e resultado do desejo da ampla maioria do partido que se mantém.
Foi esta aliança que conta com o indispensável equilíbrio e trânsito do vice-presidente Michel Temer que ajudou a implementar e a aprovar as políticas hoje vitoriosas. Devemos, portanto, perseverar neste sentido.
A trajetória do PMDB e Doutor Ulysses, reitero, se confunde com a história do Brasil. Ela está atrelada à responsabilidade e a justiça social. Ao longo dos últimos anos PMDB tem sido o pilar da governabilidade e do crescimento. Zelar por esta legenda é a maior homenagem que podemos fazer ao legado do Doutor Ulysses.
Em respeito aos votos confiados ao partido, o PMDB vem honrando seus compromissos históricos com o Brasil. Depois da reconquista dos direitos mais elementares, a democracia precisa ser completada com justiça e inclusão social. As novas transformações vieram e estão acontecendo agora no campo sócio-econômico. O País retirou mais de 30 milhões de brasileiros da miséria, a classe média aumentou substancialmente, criamos mais de 15 milhões de novos empregos com carteira assinada, distribuimos renda, aumentamos salários e o País vem crescendo e distribuindo riquezas. Mas é preciso avançar na reestruturação do Estado e nas reformas. “A Nação deve mudar, a Nação vai mudar”, como conclamou Ulysses quando instalou a Assembleia Nacional Constituinte.
Fizemos várias mudanças infraconstituicionais relevantes que não afastam a imperiosidade das reformas constitucionais que o País reclama. Entre elas as reformas tributária, que simplifique tributos e aumente a base, e a inadiável reforma política com o financiamento público e exclusivo de campanhas políticas.
 Olhar para trás nos dá a sensação e dever cumprido, mas ainda há muito a ser feito. 
Afinal democracia não só o direito de ir e vir, o direito de votar. É também mobilidade econômica, igualdade de oportunidades para todos e justiça social. Sem isso nenhuma democracia estará completa, nenhum democrata estará satisfeito. Contruímos a democracia, construímos a cidadania e vamos ajudar a criar o Brasil potência. Esta é a mais sincera homenagem que devemos fazer em nome de Ulysses Guimarães, nosso inesquecível timoneiro. 
Muito Obrigado
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