Diz o senador José Sarney, na sua obra Amapá: a Terra onde o Brasil Começa, que o Estado é o único que integrou seu território ao nosso país pela simples vontade de ser brasileiro. Lá no Amapá a história se contorceu, lá houve enfrentamentos e sangue. Lá surgiram heróis e mártires. Diz Sarney que foi a luta e a determinação dos homens e mulheres do Amapá que todos os dias, em incursões de idealismo e patriotismo, baixaram a bandeira da França e faziam subir a bandeira do Brasil. O coração de ser brasileiro estava no peito dos amapaenses, afirmou o senador amapaense em seu livro.
Antes, porém, de fazer parte de nossa história, a região onde se situa o Estado do Amapá fora visitada por corsários, aventureiros – inclusive pelo navegador espanhol Pinzón que desbravou o lado esquerdo do grande delta amazônico. Logo depois do descobrimento o Brasil, por lá aportavam frequentemente os portugueses, seguidos de incursões de ingleses e holandeses, todos maravilhados com o esplendor da vegetação e a profusão de água doce. No final do século 17, os franceses, já instalados em Caiena, tentam estender seus domínios para além da fronteira sul. Foi aí então que os amapaenses, descendentes dos primeiros açorianos levados pela determinação do Marquês de Pombal de construir o Forte de Macapá, reuniram forças para fincar definitivamente a bandeira brasileira no solo amapaense. Durante o período colonial a província foi administrada por governadores gerais, vinculados diretamente à corte imperial, independente das demais que constituíram o território brasileiro. Oficialmente o Amapá integrou o nosso país, com a anexação do Grão Pará, em 1824, ao domínio imperial, dois anos após a Proclamação da Independência.
Poderia falar muito mais da saga do povo pioneiro do Amapá e mais ainda da exuberância de seu território, considerado um dos mais profícuos em minerais e mais ricos em biodiversidade em todo o mundo. Poderia falar da posição estratégica privilegia do Estado localizado nos limites entre o Atlântico Sul e o Atlântico Norte, cortado pela Linha do Equador, sendo ponto de confluência para rotas marítimas e aéreas entre o Brasil, a região do Caribe, a África e a Europa. Poderia falar ainda da descoberta em 1945 das ricas jazidas de manganês na Serra do Navio, que tem revolucionado a economia da região.
Entretanto, o que mais interessa por ora é comemorar os 70 anos de criação do território do Amapá, fato esse que se deu em 13 de setembro de 1943, graças aos esforços e dedicação do capitão Janary Gentil Nunes. Contando com as suas relações de amizade com Getúlio Vargas, conseguiu que este criasse, além do Amapá, os territórios federais de Guaporé, atual Estado de Rondônia e do Rio Branco, atual Roraima, como estratégia de desenvolvimento. Em 1988, por força da nova constituição, o Estado do Amapá, juntamente com os demais territórios federais na Amazônia, foi elevado à condição de Estado.
Assim é que ao longo dos 45 anos que foi território, acrescidos dos 35 desde que se tornou Estado, o Amapá tem se firmado como uma terra que enche de orgulho a todos nós brasileiros. Tanto pela importância estratégica para o Brasil de sua geografia, e pela importância de sua biodiversidade para as ciências naturais de todo o mundo, quanto pelo valor de seu povo, representados aqui no Senado por Capiberibe, Randolfe e Sarney. Dessa forma parabenizo hoje o Amapá pelos 70 anos da criação do território, e a todos nós brasileiros por poder contar com o sua grandeza para o desenvolvimento e riqueza de nosso país.
Muito obrigado a todos e viva o Amapá!
