45 anos do PMDB

Senhor Presidente, Senhoras Senadoras, Senhores Senadores
É com muita satisfação que compareço a esta tribuna para algumas breves considerações sobre o seminário que o PMDB fez hoje em Brasília, no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, que debateu exatamente a grandeza da marca que é o PMDB. Foram dois painéis com os nomes respeitados em disputas eleitorais norte-americanas além do escritor brasileiro  Alberto Almeida, autor do  livro  “A Cabeça do Eleitor”.

Este ano o PMDB completou quarenta e cinco anos de lutas e conquistas do glorioso MDB, rebatizado de PMDB pela força da tentativa de golpe eleitoral de 1980, quando, novamente, tentou-se enfraquecer o partido fragilizando o peso de sua sigla.
A trajetória do partido se confunde e se mistura com a história e com o futuro do País.  É uma legenda que, festejada ou, eventualmente contestada, pertence ao dia a dia da sociedade brasileira, às suas instituições e à cultura política brasileira. Todo mundo que transita pela vida pública tem, em seu DNA político, um pouco de PMDB.
Afinal, lá atrás nos tempos mais sombrios da ditadura militar, foi o MDB que comandou nas ruas o processo de redemocratização e conquistou a volta das liberdades e dos direitos individuais e coletivos. 
Quem, um dia, se esquecerá das cenas históricas do Doutor Ulysses em 1978 ao desembarcar na Bahia nos anos mais duros da ditadura militar? 
Aquela frágil figura enfrentando, indômito, as baionetas da tropa de choque da polícia e seus cães raivosos.  Os policiais tentavam impedir o presidente do MDB de entrar  na sede do partido no bairro de Campo Grande, em Salvador. 
Bradava ele solitário, no meio das ruas, fazendo a polícia recuar e empurrando o cano de um fuzil apontado contra si: “Respeitem o líder da oposição”.   E como ele foi e ainda é respeitado.
O PMDB manteve por muito tempo o traço de frente partidária. Por isso albergou comunistas, trotksitas, maoístas e outras matizes ideológicas que, depois da redemocratização fundaram seus próprios partidos. 
Até nossos conservadores eram menos conservadores que os demais. 
Isso porque nossos líderes situados, ideologicamente, mais ao centro nunca tiveram medo da mudança e, por isso, sequer mereciam esta chancela. Foram verdadeiros revolucionários disfarçados de doces conservadores. Foi o PMDB que lançou um anti-candidato à Presidência, figura simbólica e fundamental para o Brasil, foi o PMDB que conquistou a anistia, acabou com o bi-partidarismo, com o processo espúrio do colégio eleitoral e puxou o coro vitorioso das diretas-já.
Foram os timoneiros do PMDB, com muita experiência e sabedoria, que capitanearam as últimas revoluções vivenciadas pelo país, muito embora tenham sido revoluções silenciosas. 
A maior delas foi, inequivocamente, a Assembléia Nacional Constituinte, conquistada junto com a sociedade pelo PMDB e convocada pelo nosso presidente José Sarney. O presidente Sarney teve equilíbrio, visão política e envergadura de grande estadista ao trazer o Brasil, com mãos muito firmes, da escuridão para luminosidade da democracia. Devemos esta reverência – histórica – ao papel do Presidente Sarney naquele momento. 
A Constituição Cidadã transformou o Brasil. Ela devolveu as prerrogativas e poderes de um Congresso garroteado pela ditadura, deu autonomia ao Judiciário ao Ministério Público até então decorativo. 
Restabelecemos as eleições livres e diretas e os direitos sociais e coletivos foram resgatados. A constituição de 88, mesmo com suas imperfeições compreensíveis, enterrou a ditadura, o atraso e devolveu o Brasil para sua vocação de futuro.
De lá pra cá, a despeito de oráculos agourentos, o PMDB vem conquistando a confiança dos eleitores e, entre as grandes legendas, é um dos poucos que cresce a cada pleito, independente de governos. 
Temos o maior número de filiados, o maior número de prefeitos, vereadores, deputados estaduais, a maior bancada do Senado Federal, a segunda bancada da Câmara dos Deputados e cinco governadores. 
Em quantidade de votos absolutos, inclusive nos grandes centros, o desempenho do PMDB também tem surpreendido até seus maiores críticos. Tradução numérica de que a direção do partido, representada pelo vice-presidente Michel Temer e agora pelo nosso Senador Valdir Raupp, está sintonizada com a sociedade ao definir e acertar os rumos da legenda durante os últimos anos. 
 
Nos últimos anos o PMDB vem honrando seus compromissos históricos com o Brasil. Depois da reconquista dos direitos mais elementares, a democracia precisa ser completada com justiça e inclusão social. As novas transformações vieram, notadamente no campo sócio-econômico.
O País retirou mais de 30 milhões de brasileiros da miséria absoluta, a classe média aumentou substancialmente, criamos mais de 15 milhões de novos empregos com carteira assinada, distribuimos renda e aumentamos salários e o País vem crescendo em ritmo sustentado. 
Olhar para trás nos dá a sensação e dever cumprido, mas ainda incompleto. Afinal democracia não só o direito de ir e vir, o direito de votar. É também mobilidade econômica, igualdade de oportunidades para todos e justiça social. Sem isso nenhuma democracia estará completa, nenhum democrata estará satisfeito.
Temos novos desafios pela frente e uma eleição municipal onde vamos repetir o desempenho de 2008, onde elegemos o maior número de prefeitos e a maior quantidade de vereadores por todo o Brasil. Temos, portanto, quantidade e qualidade em nossos quadros para, legitimamente, ambicionarmos projetos de poder mais ousados num futuro muito próximo.  
Muito Obrigado 
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