SINAIS DE CAUTELA NA ECONOMIA MUNDIAL

Os tímidos números da recuperação da economia mundial – após a crise de 2009 – continuam a exigir atenção redobrada do governo brasileiro. Ajudado pelo desempenho de países emergentes, como  China e o Brail, o conjunto do PIB mundial caminha para uma expansão perto de 4% ao final deste ano. A lenta recuperação das economias mais poderosas representa um fator de instabilidade a ser observado cotidianamente.

 A economia norte-americana chegou a apontar para um crescimento de 3,3%, mas a revisão dos números derrubou esta projeção para 2,6% de crescimento do PIB. Este esfriamento está sendo causado, novamente, pelo setor imobiliário. Após o fim dos estímulos para aquisição de moradias,  os estoques de casas colocadas à venda já cresceram perigosamente, exatamente como na crise anterior.


Outro fator preocupante que vem de fora é a resistência das empresas dos EUA na retomada das contratações. No período crítico da crise, entre 2008 e 2009, as empresas norte-americanas demitiram 8,5 milhões de trabalhadores. Deste saldo, apenas 870 mil (10%) foram recontratados agora em 2010. Sem a recuperação do emprego é improvável um crescimento econômico vigoroso e duradouro.

 A recuperação do PIB europeu (1,6%) e Japão (2,9%) vai limitar o crescimento de  perto da metade da queda do PIB destas regiões durante a crise. A manutenção de taxas de desemprego elevadas, principalmente na Europa, é outro fator de risco que deve ser monitorado pelo governo brasileiro. Isso ocorre simultanemanente com crises financeiras em Portugal, Grécia, Espanha e  Irlanda.

Os problemas do cenário internacional, até aqui, não representaram impacto negativo para a economia brasileira. Pelo contrário, na situação atual os países emergentes puxam o crescimento mundial. De outro lado, os grandes países precisam manter os juros baixos para estimular as recuperações de suas economias. Isso tem propiciado forte valorização dos ativos brasileiros. Mas este é um equilíbrio altamente instável e tem grande potencial para trazer sobressaltos para os mercados.
Esta nova sombra que preocupa o mundo, naturalmente, está sendo monitorada pelo atual e futuro governo brasileiro. Tanto que a Presidenta Dilma Rousseff agiu rapidamente e já anunciou a equipe econômica do futuro governo. A nova equipe indica que alguns nomes podem até mudar, mas a política econômica continuará sendo a mesma. Nesta perspectiva precisamos manter o aumento real do salário mínimo, que foi um dos principais elementos de fortalecimento do mercado interno e nos ajudou a superar a crise.
(*) RENAN CALHEIROS É SENADOR (PMDB-AL) E LÍDER DO PMDB NO SENADO FEDERAL

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