SALÁRIOS SOBEM MAIS QUE INFLAÇÃO

O mais recente estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese – sobre a evolução salarial no Brasil, mostrou que a expansão dos salários em 2011 teve expressiva participação na vitalidade do consumo e da economia interna.

Nada menos do que 86,8% de 702 acordos salariais fechados em 2011 obtiveram reajustes acima da inflação medida pelo INPC. Segundo o mesmo levantamento, apenas 7,5% dos acordos repuseram a inflação e somente 5,7% tiveram reajustes abaixo do INPC do ano passado.
O comparativo  2011/2010 registrou uma queda muito  suave dos ganhos salariais. Os acordos que conseguiram ganho real em 2010 chegaram a 88,2% do total. Os que empataram com a inflação foram 7,4% e os que perderam do INPC, 4,4%. O desempenho, entretanto, foi superior aos resultados obtidos em 2008 e 2009.
Na divisão por setores econômicos, o maior porcentual de ganhos reais foi verificado no comércio, onde 97% dos acordos ficaram acima do INPC. Logo depois vieram a indústria, com 90% de reajustes reais, e serviços, com 76%. Apenas repuseram a inflação, em 2011, 11,9% dos acordos em serviços, 6,5% na indústria e 1,8% no comércio. 
A indústria de três setores conseguiram ganhos reais em 100% dos acordos fechados em 2011: construção e mobiliário, extrativista e papel, papelão e cortiça. Já a construção e mobiliário também conseguiu o melhor aumento real médio – de 2,23% -, seguido pelo setor metalúrgico, mecânico e de material elétrico (2,04%).
A indústria como um todo apresentou aumento real médio de 1,54%, resultado que levou 2011 ao segundo melhor desempenho desde 2008, já que em 2010 o aumento real médio da indústria foi de 1,83% e, em 2009, de 0,96%. Em 2008, a média ficou em 1,17% – o Dieese faz essa relação de acordos salariais desde 1996, mas só a partir de 2008 passou a registrar os resultados de todos os atuais grupos de negociação.
No ranking das dez atividades do setor de serviços, o menor aumento real médio ficou com comunicações, publicidade e empresas jornalísticas: 0,27%. O maior foi alcançado por turismo e hospitalidade: 1,83%.
O atual cenário econômico, com a inflação sob controle, queda das taxas de juros e o impulso da atividade econômica, tendem a favorecer novamente os trabalhadores nas negociações salariais que ocorrerão durante o ano. Mesmo a crise internacional e um temor de desindustrialização não serão argumentos capazes e conter uma nova expansão dos salários.
A recomposição do poder de compra do salário mínimo, nascida no Congresso, e um mercado interno forte devem influenciar positivamente nas negociações salariais. Mais uma vez fica evidente que os reajustes reais do salário mínimo, somados à expansão da massa salarial, está conseguindo com que o Brasil seja um dos países menos vulneráveis às turbulências internacionais.
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