PRECONCEITO INACEITÁVEL

Em fevereiro deste ano denunciei no Plenário do Senado a volta do preconceito com brasileiros que fazem turismo na Europa. A estudante alagoana Marília Reis  Vieira  estava de viagem com destino a Portugal e o avião fazia uma conexão em Madri. 
Sem explicações, ela foi retida pelo serviço de imigração espanhola. A estudante levava consigo quantia em dinheiro suficiente para sua estadia, passaporte, reserva do hotel e seguro de saúde. Também portava dois cartões de crédito internacionais, passagem de ida e volta, documentos pessoais e comprovante de vínculo empregatício e de matrícula na Universidade Federal de Alagoas.

Enfim, um arsenal de documentos que atestavam sua legalidade e confirmavam ser uma viagem de turismo. Mesmo assim Marília ficou retida ilegalmente por mais de 48 horas pelas autoridades espanholas. 
Agora conhecemos os números globais do desrespeito. Os brasileiros são os estrangeiros que mais tiveram a entrada recusada nos aeroportos da União Europeia em 2010. De acordo com a agência europeia de controle de fronteiras, no ano passado 6.072 brasileiros foram barrados pelas autoridades europeias, o equivalente a 12% do total de entradas recusadas. 
Quase 30% dos casos com brasileiros foram na Espanha, onde 1.813 pessoas foram enviadas de volta ao Brasil. Os brasileiros também foram os mais barrados nos aeroportos da França em 2010, com 673 casos.
O Brasil mantém a primeira posição entre as entradas negadas nos aeroportos europeus desde que a Frontex começou a contabilizar o dado, em 2008, mas a agência destaca que o número de casos caiu 24% no ano passado em relação a 2009.
Em segundo lugar, muito atrás do Brasil, estão os Estados Unidos, com 2.338 cidadãos barrados às portas da União Europeia em 2010, o equivalente a 4,8% do total, seguidos de Nigéria, com 1.717 barrados, e China, com 1.610.
Apenas outros dois países latino-americanos estão entre as dez nacionalidades mais recusadas nas fronteiras aéreas europeias: Paraguai, em sexto, com 1.495 entradas negadas, e Venezuela, em décimo, com 1.183.
De maneira geral, considerando também fronteiras terrestres e marítimas, os brasileiros foram a quarta nacionalidade mais recusada na Europa no ano passado, com 6.178 negativas, ou 5,7% do total. Em primeiro lugar ficaram os ucranianos, que responderam por 17% do total, com 18.743 negativas, seguidos de russos, com 9.165 negativas, e sérvios, com 6.990.
O Brasil que tem ganhado respeito mundial pelas transformações sócio-econômicas não pode ser tolerante com estas demonstrações de preconceito. Precisamos reagir à altura, nem que para isso tenhamos que aplicar a reciprocidade para os países que mais barram brasileiros por puro preconceito. ?
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