Isso equivale a uma Argentina inteira com mais de 60 anos ou a um Chile com mais de 80. Muito embora o aumento da longevidade indique que o Brasil está evoluindo socialmente, um maior contigente de pessoas na melhor idade exige planejamento porque ela importa em sensíveis impactos nos sistemas de saúde e previdência e nos projetos urbanísticos da grandes cidades.
Com a redução da taxa de fecundidade e o nascimento de menos crianças, aumenta a proporção de adultos e idosos. Hoje, os idosos são 10,3% da população e, em 2050, serão 29%. De outro lado, o aumento da longevidade surge com os avanços na medicina e por práticas associadas à qualidade de vida, como exercícios físicos e alimentação.
Em 1980, de acordo com os dados das Nações Unidas, a esperança de vida dos brasileiros ao nascer era de 63,4 anos. Hoje, apenas 21 anos depois, chega a 74 e, em 2050, alcançará quase 80 anos: 79,4. Os estudos mostram que o Brasil terá um perfil mais velho que o da maioria dos demais países. Em 1980, a média de idade no Brasil era de 20,4 anos, contra uma média mundial de 23,9 anos. Neste momento, estamos dentro da média, de 29,2 anos. Daqui a 39 anos, a população brasileira terá em média 44,9 anos, seis a mais do que a do resto do mundo, estimada em 37,9 anos.
Especialistas estimam que 15% dos idosos precisam de ajuda nas atividades rotineiras. Mas só em 30% das cidades brasileiras existem instituições especializadas neste tipo de atendimento. A família segue sendo a principal responsável pelo cuidado com seus idosos. Diante desta realidade é o momento de planejar e melhorar rapidamente o serviço de atenção básica à saúde do idoso, com campanhas específicas para este segmento, especialmente no acompanhamento de doenças ligadas a pressão arterial e a problemas cardíacos. É preciso expandir campanhas no molde do que o Brasil já faz atualmente na combate a gripe entre idosos e formar médicos geriatras, hoje em quantidade insuficiente no Brasil.