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O INIMIGO NÚMERO UM

O Brasil levou anos testando e aprimorando políticas para eliminar o maior inimigo de todos os brasileiros, que é a inflação. Agora, sob a ameaça de uma nova retomada inflacionária, as autoridades econômicas do País precisam redobrar a atenção e os esforços a fim de evitar que regressemos no tempo. Esta a melhor homenagem que podemos prestar a todos os trabalhadores brasileiros neste 1º de maio.


O mercado vem elevando, a cada semana, a projeção para a inflação em 2011, segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. De acordo com a pesquisa, a expectativa para a inflação oficial neste ano subiu de 6,29% para 6,34%, em um patamar ainda mais distante do centro da meta de inflação, que é de 4,50%.
Um dos fatores que podem influenciar fortemente a marcha inflacionária é o aumento no preço dos derivados de petróleo. Em um País dominado pelo transporte rodoviário, o reajuste nos combustíveis acaba pressionando, para cima, o preço da alimentação.  Por isso é necessário uma atenção especial neste segmento.
Com a disparada do preço do álcool, que subiu mais de 30% desde o início do ano, os motoristas migraram em massa para a gasolina que também sofreu reajustes. Isso é resultado da queda da produção de etanol, provocada pela entressafra da cana e pela alta do preço do açúcar.
De outro lado revela-se, agora, um problema estrutural do País. Com o aumento da frota de veículos e o crescimento da economia, o País começa a enfrentar um problema que pode ser corrigido com planejamento e investimentos no setor petrolífero, como o que está sendo feito nas pesquisas do pré-sal.
O consumo de derivados de petróleo (gasolina, diesel e nafta) ultrapassou a produção nacional, impulsionando as importações, que ficam cada vez mais caras com o aumento do preço do petróleo lá fora. Normalmente a Petrobrás prioriza a produção de gasolina localmente e concentra as importações em diesel e nafta. Em 2010, as importações de derivados ultrapassaram as exportações em US$ 13 bilhões.
Uma das principais armas do governo para tirar o País da crise econômica de 2009 foi estimular a venda de automóveis com incentivos fiscais. Em 2010, foram licenciados 3,52 milhões de veículos, mais que o dobro do 1,49 milhão de 2000. A frota atual é de 32,5 milhões de carros, ônibus e caminhões. Esse crescimento não foi acompanhado pelo aumento na produção de combustíveis.
O governo tem os instrumentos para conter a ameaça e saberá utilizá-los na dosagem adequada. Um deles já vem sendo adotado, que é o aumento da taxa de juros a fim de inibir o consumo, principalmente, nas vendas à crédito. Outro é reduzir  o imposto que incide sobre os combustíveis, a CIDE, e reduzir a mistura de etanol na gasolina de 25% para 20%, como já foi feito no passado.

 

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