O HEDIONDO CRIME DO TRÁFICO DE PESSOAS

Neste primeiro semestre boa parte das atenções  ficaram concentradas em apenas uma CPI. Entretanto, uma segunda Comissão está fazendo um diligente trabalho de mapeamento do tráfico de pessoas no Brasil. A CPI, presidida pela Senadora Vanessa Graziotin (PCdoB-AM), deve apresentar suas conclusões no final de agosto através da relatora, a senadora Lídice da Mata (PCdoB-BA).

 
     Antes do relatório final, alguns dados já chamam a atenção. De acordo com a pesquisa desenvolvida pelos organismos internacionais, em parceria com o governo brasileiro, existem no país 241 rotas de tráfico, sendo que 110 delas estão relacionadas ao tráfico interno e as outras 131 direcionadas ao tráfico internacional de pessoas.
 
     O que merece um destaque ainda maior é que um grande número de rotas se encontra nas regiões mais pobres do Brasil. A região Norte concentra 76 rotas, seguida pelo Nordeste com 69, Sudeste com 35, Centro Oeste com 33 e a região Sul com 28 rotas.
 
     A Pesquisa sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual realizou um amplo mapeamento das rotas utilizadas pelas redes de tráfico no Brasil. Todas elas têm uma natureza dinâmica e são trocadas ou desativadas a partir do momento em que são detectadas.
 
     Elas se concentram em cidades próximas a rodovias, portos e aeroportos, oficiais ou clandestinos, que são pontos de fácil mobilidade. Em relação ao tráfico internacional, o destino das traficadas é um país europeu. Entretanto, há um considerável número de rotas para países da América do Sul, sobretudo Guiana Francesa e Suriname, e para a Ásia.
 
    
     Segundo este estudo, na região Norte, há fortes indícios de que as rotas possuam conexões com o crime organizado, sobretudo com o tráfico de drogas e com a falsificação de documentos. Na região Nordeste, ainda de acordo com a pesquisa, há uma conexão entre o turismo sexual e tráfico de drogas. As capitais que aparecem como os principais locais de origem/destino do tráfico, são também as cidades nordestinas que mais recebem turistas estrangeiros.
 
    
Quando tive a honra de ocupar o Ministério da Justiça, iniciei um minucioso trabalho de enfrentamento das gangues internacionais que atuavam no Brasil. Fui  pessoalmente até Israel para repatriar oito cidadãs brasileiras que, enganadas por falsas promessas, viviam de maneira degradante nas garras das máfias internacionais.
Fizemos um grande esforço para combater tais máfias e contei até com o apoio do Juiz espanhol Baltazar Garzón, com quem tive a oportunidade de me encontrar para reuniões de trabalho e que, posteriormente, ficou mundialmente conhecido pelo combate ao crime organizado.
       Este é um drama mundial, mas o Brasil precisa se antecipar e propor legislações específicas para combater este tipo de crime. Creio que a CPI, ao encerrar seus trabalhos, trará grandes contribuições neste campo que contarão com meu apoio incondicional.
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