NA HORA CERTA

Dados sobre vítimas do tráfico de pessoas são ocultos, segundo ministério

Vem em muito boa hora a campanha da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – contra tráfico de pessoas. Além da privação da liberdade, o tráfico humano subjuga suas vítimas forçando-as ao trabalho sem qualquer direito trabalhista e, muitas vezes, sem qualquer tipo de remuneração.

Confinadas e submetidas a todo tipo de maus tratos, muitas vezes, além do trabalho forçado, são também obrigadas a se prostituírem. Na sua forma mais abjeta, o tráfico de pessoas é praticado para que, de suas vítimas, sejam subtraídos órgãos destinados à comercialização.

Independentemente de ser de origem, de trânsito ou de destino dessa atividade, o país encontra-se na obrigação de combater esse crime com todo o rigor possível. A adoção de medidas legislativas ou quaisquer outras necessárias não serão suficientes se toda a sociedade não estiver atenta para os indícios da prática de tráfico humano.

Eu próprio, quando Ministro da Justiça, sabedor da gravidade do problema, fui pessoalmente a Israel repatriar nove brasileiras que eram exploradas pela máfia russa da prostituição. É preciso que todos nós nos conscientizemos da gravidade do problema.

O tráfico de pessoas é uma das atividades ilegais que mais se expandiu no século XXI. Na busca de melhores condições de vida, e até de garantir a própria sobrevivência, as vítimas são ludibriadas por criminosos que oferecem oportunidades de uma vida melhor e empregos com alta remuneração.

Os dados da Organização Internacional do Trabalho apontam que, apenas para a finalidade de exploração sexual, quase um milhão de pessoas são traficadas internacionalmente, movimentando a cada período cerca de 32 bilhões de dólares. Agregado a outros tipos de escravidão, essa atividade é apontada como uma das três práticas criminosas mais lucrativas em todo o mundo, ficando atrás tão somente do tráfico de drogas e o de armas.

Por tudo isso é que atribuo de grande importância a escolha feita pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil para a Campanha da Fraternidade de 2014. O tema Fraternidade e Tráfico Humano é um convite para que todos nós reflitamos sobre o drama acarretado por essa atividade criminosa.

Como bem disse o Papa Francisco, o tráfico de pessoas é uma atividade desprezível, uma vergonha para as nossas sociedades que se dizem civilizadas. Portanto, se queremos ser um país justo e desenvolvido, e que preserva integralmente os direitos humanos, haveremos de nos empenhar para combater o tráfico de pessoas.

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