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MAIS RECURSOS PARA CASA PRÓPRIA

De acordo com o Banco Central, o volume total de crédito no Brasil, incluindo recursos livres e direcionados, atingiu R$ 1,834 trilhão no encerramento do primeiro semestre deste ano. Isso representou um crescimento de 1,6% comparando-se junho e maio e uma expansão de 20% nos últimos 12 meses.

Com isso, a proporção do crédito em relação ao PIB subiu de 46,9% em maio para 47,2% no mês passado. A expansão do crédito para pessoa física no primeiro semestre foi puxada pelos financiamentos habitacionais, que saíram de R$ 138,7 bilhões em dezembro de 2010 para R$ 167,469 bilhões em junho. Nos últimos 12 meses os empréstimos imobiliários cresceram 50%.
Este é um volume muito significativo, mas o Brasil não possui indícios  de que estamos na iminência de uma bolha no setor, como ocorreu nos Estados Unidos em 2008. A participação dos empréstimos no PIB para casa própria subiu de 3,3% em junho de 2010 para 4,3% no mês passado – um percentual pequeno em comparação a outros países. 
A longo prazo a tendência é de um arrefecimento nos empréstimos habitacionais. E um dos motivos é que a taxa média de juros no primeiro semestre deste ano subiu 4,5 pontos percentuais, saindo de 35% em dezembro de 2010, para 39,5% ao ano em junho de 2011. 
Mesmo assim os bancos públicos ainda mantêm uma considerável quantia para quem deseja financiar a compra da casa própria. A Caixa Econômica Federal dispõe de R$ 39 bilhões para emprestar para quem quiser comprar a casa própria até o fim do ano. Dos R$ 84 bilhões previstos para serem destinados ao setor de habitação em 2011, R$ 45 bilhões já foram contratados até o início de agosto.
No primeiro semestre deste ano foram realizados R$ 34,7 bilhões em negócios imobiliários pelo banco. O valor é 20% maior do que o movimentado no mesmo período do ano passado. Esse crescimento não contabiliza os contratos do programa Minha Casa, Minha Vida, de zero a três salários mínimos feitos no primeiro semestre do ano passado
A Caixa detém 75% do mercado de financiamento imobiliário nacional, com uma carteira de R$129,3 bilhões emprestados. São três milhões de contratos, com prazo médio de pagamento de 181 meses e 80,4% dos clientes com idade de até 45 anos. A taxa de inadimplência em junho deste ano ficou em 1,72%. Dos recursos da Caixa para financiamento imobiliário, 49,2% vêm do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e 49,8% são de recursos da poupança (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo – SBPE).
A tendência, tanto de bancos privados, quanto de instituições públicas, é aumentar a carteira de crédito para o setor imobiliário no ano que vem. Isso porque os bancos privados, nos últimos anos, limitaram os financiamentos para casa própria e acabaram perdendo parte de importante segmento, atualmente dominado  por bancos públicos. Hoje este é um setor que cresce mensalmente e se tornou alvo da disputa comercial entre os bancos.
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