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CRÉDITO TURBINADO

O mercado brasileiro, especialmente na área do crédito e da inadimplência, vem respondendo satisfatoriamente, apesar das incertezas externas. Nos últimos dez anos, com duas crises mundiais, o volume de crédito cresceu 516%. Ele pulou de R$ 351 milhões em junho de 2002 para R$ 2,1 bilhões em junho deste ano, conforme demonstrou estudo da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade – ANEFAC.

A forte expansão da oferta de empréstimo de dinheiro fez com que o volume do crédito aumentasse de 27,2% do PIB em 2002 para 50,6% do PIB, atualmente. Apesar da alta a entidade ressalta que o volume total do crédito do país ainda é baixo se comparado ao das principais economias do mundo. Ou seja, este segmento pode e deve crescer ainda mais. 

Do outro lado da moeda, a boa notícia é que a inadimplência – aumento das dívidas com atraso superior a 90 dias – subiu apenas 23,4% no mesmo período. Saiu de 4,7% em 2002 para 5,8% em 2012. Enquanto a inadimplência de pessoas jurídicas aumentou de 2,9% para 4,0% em dez anos  – alta de 38%-, o calote caiu de 8,3% para 7,8%  – queda de 6% – para pessoas físicas.

Com a melhora dos pagamentos por parte dos consumidores e considerável piora das empresas, os atrasos de pessoas físicas, que eram quase o triplo da inadimplência das empresas em 2002 (8,3% e 2,9%, respectivamente), passaram para menos que o dobro (7,8% e 4,0%).

O estudo evidencia que a estabilização da inadimplência de pessoas físicas resultou em uma redução mais intensa das taxas de juros e do spread bancário  -diferença entre o custo de captação do banco e o valor cobrado do cliente – praticados pelo mercado. As taxas de juros caíram 48% para pessoas físicas  – de 70,4% ao ano em 2002 para 36,5% neste ano – e 20% para pessoas jurídicas  – de 29,7% ao ano para 23,8%. 

 O prazo médio dos financiamentos praticamente dobrou tanto para pessoas físicas como jurídicas, crescendo 93% para os consumidores  – de 315 para 610 dias – em dez anos e 120% para as empresas  – de 185 para 406 dias. 

Outra face mais recente  da expansão foi o aumento do uso de cartões de crédito, de débito e de loja em substituição às ao dinheiro e cheques. Comparando com o mesmo período do ano passado, o setor ampliou seu faturamento em 20% no segundo trimestre deste ano, com movimentação de R$ 191 bilhões. O crescimento no uso de cartões de crédito foi de 14%; 19% de débitos e 12% nos de rede e loja. 

 

 

 

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