É comum as instituições promoverem atos em homenagem ao dia internacional das mulheres. Apoio todos eles, mas é inadiável o avanço institucional para ampliar a representação feminina. Vejo com bons olhos as iniciativas que tenham como meta igualar o quantitativo de mulheres ao dos homens em qualquer âmbito da vida nacional.
Se em muitos setores da vida já é equiparada a presença de homens e mulheres, no mundo da política essa simetria ainda não acontece, o que é lamentável. Legislativamente temos trabalhado continuadamente para que cada vez mais as mulheres tenham vez e voz.
A instalação da Procuradoria Especial da Mulher é exemplo desse esforço. Com o escopo de debater a questão feminina, ela tem se empenhado com brilhantismo pela construção de uma sociedade em que todos, independentemente do sexo, tenham os mesmos direitos.
Outro norte do Senado Federal, em defesa das mulheres é o enfrentamento da violência doméstica, ocorrência essa que persiste apesar do advento da Lei Maria da Penha, e deixado sequelas em tantas famílias.
Ao lado desses dois objetivos, e mais importante, é a ampliação da presença feminina no Congresso Nacional. O déficit das mulheres na política é um desafio para todos. É lamentável que o Brasil ainda esteja no centésimo vigésimo primeiro lugar no ranking de igualdade entre homens e mulheres na política.
Em todo o Brasil, as mulheres ocupam menos de 10% das prefeituras, e apenas 12% dos vereadores são do sexo feminino. Na Câmara Federal temos apenas 44 mulheres no rol de 513 deputados. E no Senado, com 81 componentes, temos tão somente 13 mulheres.
A baixa representação política das mulheres brasileiras está na contramão do protagonismo feminino, apesar do nível de escolaridade maior do que dos homens e terem, em média, mais 11 anos de estudo que nós. Esse é o atual panorama com o qual não podemos concordar.
E para que as mudanças ocorram com a maior celeridade temos nos esforçado com o aprimoramento do nosso marco legal a respeito da igualdade de direitos, estimulado a criação de mecanismos que proporcionem mais oportunidades às mulheres. Mais do que solenidades precisamos concretizar soluções para acabar com as diferenças.