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A ÁRVORE DA DEMOCRACIA

São raras as oportunidades em que podemos vivenciar a história. Na última quarta-feira, 31 o Senado fez história de maneira democrática, transparente e equilibrada. Por 61 votos a 20 foi aprovado o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em outra votação, por 42 votos a 36 e 3 abstenções, ela manteve os direitos políticos.

Trata-se de um processo que deixou lições para todos, para sempre. Por isso, como Presidente do Senado, optei por dialogar com o tempo e não com as paixões do momento. Me pautei pela isenção, paciência e imparcialidade respeitando todos os ritos democráticos, entre eles, o sagrado direito de defesa.

A democracia é o melhor regime porque se admite falível. E por se aceitar imperfeita, ela está permanentemente aberta à correções e aperfeiçoamentos. A história nos julgará, mas a única certeza é a de que não nos omitimos.

É imperioso parabenizar todos os senadores que demonstraram à Nação o que a política tem de mais elevado. Foi praticada a política à luz do dia, com o calor dos debates, com confronto de ideias, com a ênfase das grandes paixões.

Não se tratou de uma mera sessão em busca de determinado quorum. A simbologia, muito mais forte, foi a comunhão da unanimidade dos três poderes, atuando em harmonia ao julgar o chefe do Executivo. O comando do Presidente do Supremo Tribunal Federal foi sempre sereno e firme.

Percorremos uma estrada pavimentada na legitimidade e muito bem sinalizada pela Constituição. Questionamentos sempre existirão. Mas a culpa não será da rota, não será da Constituição, nem da Democracia.

A árvore deste processo não irá gerar um fruto podre. Essa árvore em todos os seus ramos, em todos os seus galhos, em todas suas folhas ostenta a seiva da democracia.

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