O senador Renan Calheiros ocupou a tribuna do Senado para parabenizar o cineasta Pedro Rocha pela produção e lançamento do documentário “Sandoval Cajú – Além do Conversador”. Estréia no Cine Sesi, em Maceió, na última semana, o filme retrata a vida do ex-prefeito da capital alagoana, Sandoval Ferreira Caju. “Em 55 minutos, é contada a trajetória de um dos mais singulares personagens da história do rádio e da política alagoana”, avaliou Renan, que lamentou não ter tido condições de estar presente no lançamento do filme.
O nome do paraibano Sandoval Caju chegou aos ouvidos dos alagoanos pela rádio Difusora de Alagoas, onde o futuro político narrava programas humorísticos de auditório – palito de fósforo: o programa incendiário dos auditórios, Gogó da Ema e o chamado Tribuna do Povo. A popularidade de Salvador Caju o fez cair nas graças dos alagoanos. Em 1960, Cajú arriscou-se a competir com caciques da política alagoana a disputa pela prefeitura de Maceió. Com a promessa de “tirar Maceió da lama em que se afogava nos invernos”, no dia três de outubro daquele ano, o humorista venceu a corrida eleitoral, derrotando o médico Jorge Quintela, o ex-vereador Cleto Marques Luz, e Joaquim Leão.
Para Renan, a política foi, sem dúvida, o maior mérito conquistado por Sandoval Cajú, ao longo da vida. O então prefeito desviou o gosto pela arte para, segundo Renan, uma “das maiores intervenções modernistas” do estado: “Ainda hoje, em Maceió, é possível observar as intervenções marcantes em espaços como a Praça do Centenário, no bairro do Farol, e a Praça Sinimbu, no Centro”. De acordo com o senador, durante os três anos em que Cajú esteve à frente da administração de Maceió, 36 praças foram construídas e 22 reformadas.
A trajetória política de Sandoval Caju teve um destino semelhante ao de muitos políticos que vivenciaram o golpe militar de 1964. O mandato do então prefeito foi cassado pelos militares que assumiam o poder. “Numa sessão secreta os vereadores votaram, às escondidas, o afastamento do prefeito. A partir de então, passou a se dedicar à advocacia”, recordou Renan.
Além do documentário de Pedro Rocha – composto de relatos particulares narrados por familiares, amigos e historiadores – a vida de Sandoval Cají também foi contada em 72 páginas da 8ª edição da revista Graciliano, editada pela Imprensa Oficial do Estado.