Em nome da liderança do PMDB o senador Renan Calheiros ocupou novamente a tribuna para denunciar abusos e maus tratos de autoridades aeroportuárias espanholas no aeroporto de Madri, na Espanha.
O senador relembrou aos senadores sua atuação como ministro da Justiça, nos anos 1998/99, quando dedicou boa parte dos seus esforços no combate incessante contra as máfias que atuavam, na oportunidade: as máfias russa e espanhola, principalmente no tráfico internacional de mulheres brasileiras para trabalhos imorais no continente europeu.
Mas a enérgica reação do senador foi quando citou o caso da estudante alagoana Marília Reis Guilherme, de 24 anos, que estava em deslocamento para uma temporada em Portugal e foi humilhada na conexão que o avião fez em Madri. Marília ficou incomunicável, impedida até mesmo de usar os seus medicamentos, deixando absolutamente intranqüila sua família no Brasil. O pior: Marília estava de posse de todos os documentos que são exigidos em viagens internacionais: passaporte, passagem de ida e volta, recursos suficientes para sua estadia, comprovante de reserva de hotel, seguro obrigatório em território europeu, além de dois cartões de crédito com abrangência internacional.
Por fim, depois de dois longos dias, Marília foi expatriada para o Brasil e com a mancha humilhante em seu passaporte: o carimbo da extradição.
Indignado, o senador Renan invocou ao presidente do Senado, José Sarney, ao ministério da Justiça e a Polícia Federal para adoção de uma política de reciprocidade pela truculência das autoridades policiais da Espanha.
– Não podemos mais tolerar, Sr. Presidente, que brasileiros sejam maltratados, desrespeitados e humilhados em suas viagens de lazer ou negócio. Não podemos nos sentir confortáveis com comportamentos obtusos nem com a maneira como o Itamaraty vem enfrentando, lamentavelmente, esses casos: de maneira passiva e, na maioria dos casos, de maneira omissa – reclamou Renan.