Pesquisas que comprovam o aumento da violência no país voltaram a alarmar o senador Renan, que disse estar extremamente preocupado com os números crescentes da violência e que é preciso mais investimentos em segurança pública. Renan lamentou que os atuais investimentos no setor “não refletem em uma melhora nos índices de criminalidade”. De fato, dados do 4º anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública informam que Alagoas lidera o ranking de violência no país, com 63,3 homicídios a cada 100 mil habitantes, seguido pelos Estados do Espírito Santo e pelo vizinho Pernambuco.
Pesquisa do Ministério da Saúde também aponta um crescimento vertiginoso, em 2008, das mortes por armas de fogo em todo o país, e acaba revelando outro dado alarmante: o aumento da produção de armas no Brasil passou de 983 mil em 2008 para 1,05 milhão em 2009. São 77 milhões de pessoas no país com medo de andar pelas ruas por causa da violência, segundo a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios, o Pnad. Como ministro da Justiça e senador, nos últimos anos, Renan foi o principal responsável pelas campanhas de desarmamento no Brasil. “Os revólveres estão matando mais que os acidentes de trânsito”, comparou. Para o senador, os dados refletem sua antiga preocupação com melhorias nas condições de trabalho dos policiais, como a adoção de um plano nacional de carreira para as polícias, proposta por ele já aprovada no Senado e que hoje espera votação na Câmara.
Como presidente do Senado, em 2005, foi Renan quem promulgou o histórico decreto legislativo, o Estatuto do Desarmamento. Naquele ano também foi realizado o Referendo do Desarmamento – a inédita consulta a 121 milhões de brasileiros que foram às urnas para decidir sobre as restrições da venda de armas no Brasil. O esforço do senador, contudo, não foi suficiente para embotar a fabricação e o comércio de armas no país. De lá para cá o comércio de armas de fogo no Brasil aumentou em 70%, segundo a Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército obtidos pela agência Brasil. Os estudos do Mapa do Tráfico Ilícito de Armas do Brasil e Ranking dos Estados no Controle de Armas, feitos em parceria com a ONG Viva Rio e apresentados no último dia 20 de dezembro ao ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, mostram que ainda há quase 16 milhões de armas espalhadas pelo país e quase metade delas é ilegal e de fabricação nacional. Isso nos coloca como um dos seis países mais armados do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, Índia, China, Alemanha e França. Essa foi a primeira radiografia feita pelo governo e por movimentos sociais que aponta o destino final dos armamentos comercializados ou que circulam pelas ruas brasileiras.
