
O senador Renan Calheiros relembrou hoje, na sessão plenária desta tarde, todo o doloroso processo do assassinato do metalúrgico alagoano Manoel Fiel Filho, em plena ditadura militar, em São Paulo. O metalúrgico nasceu em Quebrangulo e foi ilegalmente preso por agentes que se diziam pertencer aos quadros do DOI-CODI. Foi acusado de pertencer ao Partido Comunista do Brasil e, daí, acabou sendo torturado e executado nas masmorras da ditadura, de acordo com diversos depoimentos posteriores a sua morte.
– A versão oficial de suicídio – afirmou Renan – de tão precária, não se sustentou um dia sequer, tanto que o Chefe do 2º Exército foi afastado três dias após a divulgação da morte e acabou desencadeando o processo de redemocratização do Brasil.
O senador fez tais reflexões ao cumprimentar o escritor e cineasta alagoano Jorge Oliveira, autor de um documentário sobre o episódio. Renan informou que o documentário “já foi assistido por mais de 300 mil pessoas e que conquistou 11 prêmios, entre eles o prêmio de Melhor Longa Metragem no 7º Festival de Maringá e prêmio de Melhor Longa Metragem pelo Júri Popular do
Festival Cinesul”.
O filme do alagoano Jorge Oliveira também traz depoimentos de personalidades como os ex-presidentes Lula, Fernando Henrique Cardoso e José Sarney, além de uma manifestação inédita de um ex-agente do DOI-CODI, onde foi executado o metalúrgico Manoel Fiel Filho.
Para Renan, “mais do que nos envergonharmos deste passado tão recente, precisamos iluminá-lo à exaustão e não escondermos os métodos desumanos e ilegítimos que foram utilizados nas ditaduras latino-americanas”.