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“STF não se curvará a denúncias vazias”

O uso político das instituições e os últimos acontecimentos envolvendo o Ministério Público Federal foram temas do discurso do senador Renan Calheiros, nesta terça-feira (12). Usando um tom duro e mostrando indignação após ter sido acusado injustamente num processo que foi arquivado após pedido da procuradoria, o parlamentar voltou a cobrar que sejam revistas a validade das provas produzidas neste cenário de delações.
“O país passa por tempos difíceis. Além da forte crise econômica, existe uma tensão institucional alimentada pelo procurador-geral da República. Agora que suas lambanças vieram à tona ele tenta desviar o foco disparando denúncias em série. Investigações precárias em massa e sem provas terminam por acarretar prejuízo sem precedentes à representação popular. É evidente que isso não faz bem à jovem democracia brasileira, que precisa ser regada todos os dias”, afirmou o senador.
O parlamentar lembrou ainda a forma como foram conduzidas as delações da J&S. “A ambição desenfreada pela dinheirama dos irmãos Batista estimulou o ex-procurador da República Marcello Miller, Eduardo Pelella e Anselmo Cordeiro Lopes a ultrapassar os limites de suas funções para ajudar criminosos a escamotear provas e obter prêmios generosos, com o beneplácito do procurador-geral da República, Rodrigo Janot”, colocou. “O procurador-geral sustentou o sigilo das gravações de Joesley Batista até quinta-feira passada, tentando de todas as formas impedir que fossem divulgadas, exatamente porque sabia da gravidade do seu teor”.
Em diversos momentos, Renan Calheiros ressaltou a importância da Operação Lava Jato e ao combate à corrupção, mas não poupou críticas a forma que as denúncias têm sido conduzidas pela procuradoria da República. “Como deputado constituinte trabalhei pela ampliação e fortalecimento das irrevogáveis prerrogativas do Ministério Público, dotando-o dos instrumentos necessários para bem exercer a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Certamente por isso me revolte ao perceber o uso político da instituição, promovendo a desinformação e vazamentos jamais investigados de processos sob segredo de justiça”.
Para o senador alagoano o combate à corrupção deve ser desenvolvido de forma permanente. “Essa é uma luta que não admite recuos. Tenho críticas pontuais e se direcionam apenas aos métodos utilizados por setores minoritários dos órgãos de persecução penal. Confio, sinceramente, que o Supremo Tribunal Federal saberá separar o joio do trigo e não se curvará a denúncias vazias e de conteúdo apressado”, completou.

Confira o discurso na íntegra:

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