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Renan critica atuação da Polícia Federal e do Ministério Público

O líder do PMDB do Senado, Renan Calheiros, fez uso da palavra na tribuna do plenário nesta quarta-feira (22), para criticar duramente a atuação político-partidária do Ministério Público, a irresponsabilidade da Polícia Federal ao divulgar dados das suas operações, além dos vazamentos seletivos de dados de investigação sob sigilo. Em um discurso de mais de uma hora, o alagoano citou casos e denúncias feitas contra ele sem provas e com base em “ouvir dizer”. “Perplexo, percebo seguidas tentativas de me jogar num ambiente de manipulação, vazamentos, embustes e publicidade opressiva, onde se multiplicaram inquéritos instaurados sem um fiapo de prova, a partir de meras alusões mentirosas e irresponsáveis de alguns delatores premiados”, desabafou.

Renan lembrou que as atitudes pouco sóbrias de dirigentes do Ministério Público começaram em 2013, quando passou a ser vítima de constrangimentos e pré-julgamentos. Para ele, o Estado Democrático de Direito não comporta mais essa onda de denuncismo e desinformação. Renan criticou ainda o fato de que autoridades concordem – ou não reajam – aos vazamentos seletivos de processos sob segredo de justiça e manobras para trancar ou destrancar inquéritos conforme suas conveniências. “Na verdade, a quantidade de investigações é inversamente proporcional à substância do que nelas se propaga. E nos últimos dez anos fui submetido a grande sofrimento pessoal e familiar, com a divulgação nos noticiários que eu seria julgado por crimes gravíssimos, que constavam em alguma denúncia. Isso não aconteceu. Mesmo assim, setores da mídia continuam a divulgar a inverdade”, declarou.

Sob o olhar atento de 77 senadores que ouviam silenciosamente as considerações do senador, o líder repetiu que a Operação Lava-jato, como qualquer outra investigação criminal, é intocável. Entretanto, frisou que ela deve ser exercida nos limites da lei e respeitando o princípio da presunção de inocência e do sigilo. “Meus aplausos se destinam ao exercício dos meios investigativos nos limites da lei e minhas críticas se dirigem a alguns métodos que excedem essas fronteiras e são tidos como ‘mal necessário’. Os brasileiros e os alagoanos estejam certos que jamais, apesar das tentativas, conseguirão provar nada contra mim. Exatamente porque nunca cometi nenhum crime”, garantiu.

Ao final do discurso, Renan recebeu senadores de diferentes partidos. Ouviu elogios e declarações de que o momento é adequado para votar matérias que estanquem condutas abusivas cometidas por agentes públicos.

 

Foto: Carlos Rudiney

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