Após reunião com a presidente da República, Dilma Rousseff, nesta quinta-feira (25), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), disse confiar na mobilização entre os Três Poderes para fazer avançar a reforma política.
— Essa mobilização entre os poderes é inédita. Uma das dificuldades nas reformas do passado é que em nenhum momento mobilizamos os poderes da República — disse Renan.
Na quarta-feira (24), o presidente do Senado, também acompanhado de senadores da comissão temporária da reforma política, discutiu o tema com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski.
Segundo Renan, há uma grande cobrança da sociedade pela reforma política, especialmente em relação a temas como o financiamento de campanha. Ele citou como mudanças possíveis o estabelecimento de um teto para doações e a criação de ferramentas para garantir mais transparência às transferências e ao uso dos recursos.
O presidente da comissão temporária, Jorge Viana (PT-AC), disse que há um desejo dos líderes partidários de votar a reforma política e, assim, dar uma resposta à opinião pública. Ele ressaltou, porém, que a intenção é fazer isso “em harmonia” com a Câmara, que deve concluir até julho a votação de uma PEC com diversas alterações nos sistemas político e eleitoral.
Para o relator da comissão, Romero Jucá (PMDB-RR), é preciso fazer uma reforma política abrangente e que possa efetivamente resolver os “gargalos” do processo eleitoral.
Os senadores evitaram falar diretamente da manutenção ou não das mudanças em vias de serem aprovadas pela Câmara. Renan Calheiros afirmou que não há intenção de fazer “contraponto” à decisão dos deputados, mas sim de complementar o processo legislativo e, eventualmente, criar as condições para que a Câmara reavalie alguns pontos.
