Plínio Lins (*)
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) apresentou à Mesa do Senado um projeto de lei (PL 990/2022) de fundamental importância e amplo alcance social. Qualquer um de nós poderá constatar isso.
O projeto inclui entre os serviços do SUS e da Assistência Social os CUIDADORES DE IDOSOS.
É difícil encontrar, em qualquer lugar do Brasil, alguém que não tenha um parente, um amigo ou conhecido que viveu ou ainda vive o drama de idosos(as) que só continuam vivos porque têm cuidadores pagos.
A classe média ainda consegue contratá-los – quase sempre são necessários dois cuidadores, ou duas, revezando-se dia e noite na casa da pessoa idosa. Todos conhecem casos, até na própria família, em que é necessário apelar para a vaquinha de filhos, irmãos etc para pagar cuidadores. Geralmente estão disponíveis enfermeiros(as) fazendo bico. O SUS não tem esses profissionais em seus quadros. E precisa ter!
Mas e as famílias de menor renda, ou com desempregados, como ficam? E a pessoa idosa que vive de pensão irrisória ou aposentadoria de baixo valor? E os milhares, talvez milhões, que nem isso têm?
O velho ou a velha doente passou a vida inteira pagando imposto e previdência para, na etapa mais difícil, ter que pagar do próprio bolso (sem poder) alguém para lhe prover os cuidados mínimos de alimentar, dar banho, remédio na hora certa, atenção e um pouco de calor humano. É uma situação injusta e antiga que o projeto ajuda a corrigir.
É bom também para o próprio SUS. Muitos idosos são mantidos por mais tempo em hospitais públicos ou conveniados ao SUS só porque não têm ninguém em casa para cuidar deles. Ou então recebem alta e são mandados para casa, mas voltam logo ao hospital depois, com a saúde piorada. Se esse idoso tiver um cuidador do SUS em casa, aquele leito do hospital vai ser liberado para outro que precisa mais.
O projeto do senador Renan começou a tramitar. A relatora designada é a senadora Zenaide Maia, do PROS-RN. Ela é médica, isso já é positivo.
O projeto merece ter divulgação ampla e pressão da sociedade para que seja aprovado no Senado e siga para a Câmara, onde o Centrão domina. Ali é outra batalha.
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(*) Jornalista e assessor do gabinete do senador Renan Calheiros.
