
Quatro anos antes da divulgação destes dados, em 2005, o senador Renan Calheiros capitaneou um referendo popular para proibir a comercialização de armas e munições no país. O referendo, porém, foi derrotado por 64% dos brasileiros que votaram a favor do comércio de armas. O resultado, segundo Renan, foi incentivado por uma “campanha marcada pela desinformação e por distorções, em que o direito à propriedade, à liberdade individual, foi confundido voluntariamente com o acesso às armas”. De acordo com o senador, após o referendo, o número de armas vendidas no Brasil subiu de 65 mil para 120 mil ao ano. O Ministério da Justiça registrou a circulação de 16 milhões de armas entre os brasileiros, mas metade são ilegais.
O uso das armas de fogo voltou ao centro do debate no Congresso após o chamado massacre de Realengo, onde um jovem matou doze crianças em uma escola do Rio de Janeiro com duas armas-calibres 32 e 38 – sem registro. O presidente do Senado, José Sarney, apresentou um projeto que sugere a realização de um plebiscito para novamente perguntar aos brasileiros se “o comércio de armas e munições deve ser proibido no Brasil?”. O senador Renan Calheiros foi um dos primeiros parlamentares a defender a iniciativa e sugerir ainda outras medidas para a área de segurança.
No plenário, ele pediu a veiculação de recursos orçamentários para a segurança pública, assim como já ocorre nas áreas de educação e saúde. Renan também defendeu o aumento dos gastos no combate a violência especialmente em Alagoas, onde segundo ele, os recursos para a área só tem diminuído: “Carecemos, com urgência, de um novo modelo de segurança para o país, com organicidade, com financiamento. Não há absolutamente nenhum sentido o que vejo, por exemplo, no meu estado. Um estado que vive uma explosão da criminalidade, que hoje é um dos mais violentos do país. Lá, convivemos com a redução do gasto com a segurança pública ano após ano. Isso não pode continuar a acontecer no Brasil” – concluiu.