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TRÁFICO DE ARMAS

O SR. RENAN CALHEIROS (PMDB-AL) – A notícia de que um traficante de armas de guerra entrou e saiu do Brasil três vezes, mesmo com a prisão decretada, é extremamente preocupante.

Como um defensor do desarmamento e do referendo que consultou a população sobre o porte de armas, vejo em notícias como essa uma clara demonstração de que as instituições estão falhando na fiscalização. A cultura do desarmamento só faz sentido se for para desarmar primeiramente os bandidos!

Nada justifica um conhecido traficante circular livremente entre Brasil e Estados Unidos e fornecer armas para quatro empresas brasileiras, sendo três do Rio de Janeiro e uma da minha querida Alagoas.

Alguns fatos narrados pela polícia, quando encontrou 60 fuzis de guerra em um carregamento que chegou ao Brasil no dia 1 de junho, mostram sequências de erros dos órgãos fiscalizadores. Um problema que começou em 2010, quando um contêiner vindo de Miami com munições e acessórios para armas de fogo ficou retido no Porto de Salvador. Descobriu-se que o dono do carregamento era Frederik Barbieri, mas somente cinco anos depois um mandado de prisão por tráfico internacional de armas foi expedido contra ele.

Mesmo considerado foragido, ele voltou ao Brasil três vezes usando voos que saíam de Miami para o Rio de Janeiro. Passou pela fiscalização sem ser preso porque o mandado de prisão contra ele nunca foi incluído no sistema da Polícia Federal. Como isso é possível?

Para piorar, em 2016, o Ministério Público Federal na Bahia pediu que o nome de Barbieri fosse incluído na lista vermelha da Interpol, mas o juiz da 17ª Vara Federal da Bahia não concordou. Alegou que Barbieri vivia há anos nos Estados Unidos, em endereço conhecido.

Em um país que estabeleceu uma política de desarmamento, como um traficante, que abastece de armas o crime, pode ficar impune e circular livremente por tantos anos? O País não pode ficar à deriva, enquanto criminosos e traficantes adquirem fuzis de guerra e crescem seus arsenais. O desarmamento só faz sentido se os órgãos fiscalizadores e punitivos cumprirem seu papel.

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